As constelações familiares colocam em equilíbrio a consciência arcaica e a consciência moral em relação aos excluídos.
Temos uma consciência moral que regula o que preciso fazer para pertencer, sendo isso plenamente consciente ou não. Podemos experimentá-la como boa ou má conforme nos sentimos culpados ou inocentes. Ela exige a exclusão.
E temos também uma consciência arcaica, primitiva mesmo, da era do surgimento do homem, onde os grupos necessitavam ser coesos para assegurar a sobrevivência. Ela não tolera exclusões. Essa lei sistêmica atua na alma até hoje. Isso nós vemos nas constelações familiares. Quando alguém foi excluído no sistema, a pressão de uma outra "instância" faz com que ele seja mais tarde representado por uma outra pessoa na família. Portanto, considerando o processo em seu conjunto, a exclusão é impossível. Assim, a consciência arcaica não tolera exclusões.
A moral exige que alguém seja excluído, porém, o excluído permanece no campo, por exigência da consciência arcaica. Por isso ele vem a ser representado no campo. Isso se manifesta na constelação, na medida em que outro membro da família tem os mesmo sentimentos do excluído ou chega mesmo a repetir o destino dele, esse é o enredamento, que aparece quando se faz uma constelação. Aí se manifesta o poder do campo e a impotência da moral.
A consciência arcaica também exige hierarquia. As pessoas fracassam, morrem e adoecem quando infringem essa hierarquia.
Pelos efeitos das constelações podemos ver como a cegueira da consciência moral é a causa dos enredamentos, eles se tornam visíveis e são resolvidos. A volta à consciência arcaica é um reconhecimento. Tornamo-nos conscientes de que algo foi reprimido, excluído. Isso muda algo no campo, por exemplo, na família ou para o indivíduo, sem que com isso se abandone o campo. Assim instala-se a paz e a liberdade.
(Texto escrito por Tânia Dolores de Sousa Teixeira, baseado no livro Um lugar para os excluídos – Bert Hellinger)
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